quinta-feira, novembro 29, 2007

Homenagem à Professora Olívia(1942-2007)


A história que vou contar baseia-se em factos verídicos e, como tal, os senhores leitores têm que ter presente que nos remetemos a um assunto bastante pessoal e sério.Devido aos encontros fatídicos com José Pedro Gomes da Costa, também conhecido aqui por estas bandas como Zé Cacia ou Índio, sinto-me na obrigação de prestar a minha gratidão e homenagem a minha professora primária, cujo fruto da sua agressividade , me levou a ser o que sou hoje, ou seja, um grande maluco..
Ano de 1994. Escola Vera Cruz 2. O primeiro dia de escolinha do aluno João Gonçalo Salgueiro de Bastos, um rapaz franzino, pequeno, com as cuecas bordadas pela avó, o lanche na mala, as meias até ao joelho e um sono tremendo, que o leva a encostar-se a uma árvore mesmo ao seu lado.Para quem não percebeu estou a falar de mim. Repentinamente um som assustador proveniente do sino da escola indica-nos o início da primeira aula. Estamos todos sentados desconfortavelmente nas nossas cadeiras, quando subitamente surge uma figura demoníaca, magra, morena, com ar de quem veio há pouco da Guerra Colonial e com o cabelo despenteado.A professora Olívia em carne e osso imediatamente nos realiza um teste, com o intuito de sabermos o seu nome.
- Olívia Palito ! – rematavam os meus pobres e inocentes colegas, ainda com a saga do Popeye bem presente.

A sua reacção foi de encaixe e de indiferença, o que me deixou bastante intrigado. Não respondeu, mas a vingança surgiria brevemente….
Na semana seguinte, assistimos ao início do doutoramento em “levar no focinho” com especialização em “nariz no quadro” .Estando eu cá atrás, a tremer de medo, assisto amedrontado ao espancamento de dois colegas meus, cujos nomes não vale a pena pronunciar, só por estes terem errado os cálculos de uma subtracção.
Um certo dia, a professora Olívia pede para realizarmos uma certa actividade e para explicarmos sucintamente o porquê da realização dessa actividade.A sucessão de chapadas começa, na fila da frente, assim que as respostas dos alunos não convêm à professora. Começo eu a sentir o calor das cuecas borradas, assim como o seu aroma penetrante….Tremendo por todos os lados, eis que ela se coloca na minha frente. Era a minha vez!

- Que é que estás a fazer, João Gonçalo?
- Estou a ler, professora… - Dizendo eu a fazer força para o dejecto fazer marcha atrás e voltar para os esfíncteres anais
-Porquê? – Pergunta ela, aquecendo as mãos
-Porque eu no primeiro ano não sabia ler, professora…

Olho para a minha volta e vejo tudo a rir. Perante a minha triste resposta é óbvio que a professora se riu, mas levar no focinho é que ficou adiado…
2º ano de escolaridade. Depois de uma discussão com uma colega minha, acabo por lhe chamar “cigana”. Ela, não se fazendo rogada, corre de imediato para a professora, queixando-se da minha atitude. 2 pais nossos e ave marias e mal entro na sala, o espectáculo começa…
Uma mão na orelha, duas chapadas na “tromba” e claro, o pessoal a fungar de tanto riso.No meu 3º ano de escolaridade, uma tal de Maria Madalena assume as funções de doméstica na minha habitação. Claramente eu e o meu irmão viemos dar-lhe as boas vindas:
-“Oh p*ta és feia como a M&*da!!..”
-“Pareces um cara#ho, mas com cabelo!!”

Um dia , Madalena leva-me á escola pela sua mão e, mal a professora lhe perguntou como é que eu me portava com ela, Madalena decide desabafar…Quando a longa conversa terminou, eu estava de pé, mesmo ao lado delas.Cumprimentam-se cordialmente e Madalena retira-se com um sorriso …
Mal a professora roda 180º defere-me uma imparável chapada e encosta-me a uma mesa, baixando-me as minhas calças e cuecas do capitão estrela, denotando-se perfeitamente o meu rabinho reluzente e branco, ainda virgem de pancada…Não demorou muito até as suas mãos cheias de fibra carimbarem as minhas nádegas e até se pôde ouvir a minha melodia:

- AI! AI! AI! AI!AI! AIAIAI! AI MEU DEUS! AI JESUS! AI MÃEZINHA!

No 4º ano de escolaridade eu e os meus colegas já possuíamos o mestrado em violência, claramente calejados com o espírito da guerra.
É neste espírito pré-natalício que eu presto esta homenagem e que quero agradecer à professora Olívia…Um obrigado professora, um grande obrigado por se ter ido embora antes que eu lhe furasse os pneus do carro e lhe desfizesse a sua constituição facial….
É por isto senhores leitores que eu me rio do processo Casa Pia.
Posso dizer que passámos pelo processo : “Aqui não chia…”


Uma caixa de ovos moles para a Professora Olívia….
Cumprimentos desta vossa redacção …

Caravalho- uma redacção do car…..